A eleição para a presidência da CBF, agendada para domingo, promete ser um divisor de águas no futebol brasileiro. Um candidato pouco conhecido, com o apoio massivo das federações estaduais, emerge como favorito em meio a disputas e reviravoltas.
A Liga Forte União (LFU), juntamente com clubes da Libra, tem buscado influenciar o processo eleitoral, unindo forças em diversas situações, inclusive na escolha de um candidato para apoiar. A eleição ocorrerá na sede da CBF, no Rio de Janeiro.
A chapa de Xaud, um médico de 41 anos, conta com o apoio de apenas dez clubes, incluindo Amazonas, Botafogo, CRB, Criciúma, Grêmio, Palmeiras, Paysandu, Remo, Vasco e Volta Redonda. Em contrapartida, ele possui o suporte de 25 das 27 federações estaduais, o que, no sistema eleitoral vigente, lhe confere uma vantagem significativa.
A candidatura de Reinaldo Carneiro Bastos, presidente da Federação Paulista de Futebol (FPF), não conseguiu obter o apoio mínimo de oito federações, conforme exigido pelo regulamento da CBF, apesar de contar com o respaldo de 30 clubes. Essa situação demonstra o desequilíbrio de poder entre clubes e federações no processo decisório.
A atual estrutura de votação concede peso triplicado aos votos das federações estaduais, enquanto os clubes da Série A têm peso dois e os da Série B, peso um. Essa disparidade esvazia o poder de decisão dos times, gerando críticas e frustrações entre os dirigentes.
"75% dos clubes demonstraram um desejo legítimo que sequer pode ser submetido ao voto." afirmou Marcelo Paz, presidente do Fortaleza, líder da LFU e do Conselho Nacional de Clubes.
"São os clubes que têm torcedores, não existe torcedor de federação." disse Alessandro Barcellos, presidente do Internacional, expondo o descontentamento com o sistema vigente.
A eleição de domingo definirá o sucessor de Ednaldo Rodrigues, que foi afastado por decisão judicial e anunciou sua desistência de retornar ao cargo. A expectativa é que o novo presidente da CBF implemente mudanças significativas na gestão do futebol brasileiro, atendendo às demandas dos clubes e buscando um maior equilíbrio de poder.
A polêmica em torno do modelo eleitoral da CBF expõe um sistema que muitos consideram injusto e desequilibrado, onde o peso dos votos das federações estaduais supera o dos clubes, detentores da paixão e do engajamento da torcida. Essa estrutura, herdada de gestões passadas, perpetua um controle político que nem mesmo Bolsonaro ousou desafiar.
Enquanto isso, o "sistema" permanece, com seus vícios e distorções, a perpetuar-se no tempo, blindado contra qualquer tentativa de modernização e transparência. A conferir!
*Reportagem produzida com auxílio de IA
Fonte: Infomoney